Feche a porta dos fundos

     
           


                                    


Vejo a vida como uma escola, começamos lá na escolinha infantil, aprendendo a conviver com os coleguinhas, a dividir os brinquedos e os lanchinhos...
A participar das brincadeiras, dos jogos, a esperar a hora do recreio, a ganhar e a perder.

Aprendemos a nos separar de nossas mães, descobrimos aos poucos que podemos confiar quando ela diz que volta para nos buscar...


Vamos crescendo e cada ano é recheado de novos conhecimentos e aprendizados.
Fazemos novos amigos, nos separamos de alguns, brigamos com outros, aprendemos a fazer escolhas...


Na escola aprendemos várias matérias, diversos assuntos são nos apresentados durante o percurso, mas nem todos nos chamam a atenção, alguns até desprezamos, mas somos obrigados a aprender.
Assim são com as pessoas, os costumes, horários, hábitos e regras...

Mais tarde, na madureza da vida, podemos parar e fazer uma triagem...
Algumas coisas podem ser tiradas da bagagem, outras podem ser esquecidas e algumas dobradas e guardadas no fundo de alguma gaveta.

Outro dia alguém colocou no facebook, " tenho sessenta anos e até hoje não sei porque tive que aprender o que era ceno e o cosseno". Dei rizada, mas é verdade. Muitas coisa são desnecessárias ou impostas às pessoas erradas. Que fiquem para quem interessar possa.

E é neste momento da vida que devemos fechar algumas portas atrás de nós, deixar no passado o que é realmente passado, o que não vale a pena guardar.
Deixar do outro lado da porta os traumas, as tristezas, as amarguras, as incertezas, os sonhos frustrados, os arrependimentos, as decepções, as brigas, as mal querências, as desavenças...

Tenho reparado que na madureza, muitas vezes ficamos relembrando coisas tristes de nossas famílias, problemas com os pais ou com os irmãos. lembramos de fatos que foram dolorosos, que nos marcaram...
E que bem faz isso? Pra que ficar remoendo coisas tão distantes e que não voltam mais?

Vamos lembrar do que foi bom, do que valeu a pena, do que nos fez rir, nos fez bem, nos ajudou a crescer...
Vamos contar nossos casos mais interessantes, as histórias que vivemos e que fazem parte da história de hoje, contar do que vimos, do que descobrimos com a idade...
Vamos falar de como vivemos sem celular, sem computador, sem microondas e tantas outras coisas que nem imaginávamos que veríamos.

Vamos contar como era a TV em preto e branco e do "Ah! se fosse a cores!" Lembram?
Hoje não é só a cores, é ao vivo e a cores.

Me lembro de um amigo do meu pai que colou na tela da TV da casa dele um papel transparente colorido em degradê! Era muito engraçado...

                         

Vamos lembrar das nossas musicas, das horas-dançantes, do cuba libre do hi-fi...

De dançar de rosto colado, do Calandre, do Cabouchard, perfumes contrabandeados mas, desejadíssimos!
Somos de uma geração que viveu grandes, enormes mudanças em tudo, nos costumes, na moda, na política, na tecnologia, na educação, nas artes, etc.
Temos muita história boa para contar... Vamos deixar as tristezas pra trás e viver o hoje tão repleto de novidades e só lembrar do passado o que foi bom e vale a pena ser lembrado.

E parem de dizer que no nosso tempo era melhor, mentira, hoje é tudo MUITO melhor!


A vida tai pra ser vivida intensamente e que seja com alegria, paz e esperança, sempre.

P.S. para quem não sabe, cuba libre era coca-cola com rum e Hi-fi, fanta- laranja, com vodka.

Um grande e afetuoso abraço
Vania