sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Qual é a sua culpa?





Culpada!

É sempre assim,  antes de qualquer observação mais acurada, já nos declaramos ( internamente, é claro) culpadas.
Qualquer coisa que dá errada, pronto, a culpa é nossa...
Quando criança, se os pais brigavam, achávamos que a culpa era nossa. Em caso de separação, nem se fala, fomos irremediavelmente as grandes culpadas.
Na adolescência, se uma amiga não falava com a gente... A culpa era nossa.
Quando o namorado se mandava, a culpa era nossa que não fizemos  alguma coisa,ou fizemos coisa demais...

Crescemos, tivemos nossos filhos e aí, posso afirmar, que no subconsciente assinamos com o sobrenome culpa.
As crianças brigam...CULPADA!
As crianças não comem... CULPADA!
As crianças adoecem... CULPADA!
Caiu? Machucou? CULPADA!

Crescem e nós continuamos a nos culpar por tudo que lhes acontece.
Puxa vida! Não pode ser assim...
A vida tem um ritmo, segue uma lógica e cada um segue um traçado próprio e independente.


"Cada ser em si carrega o dom de ser capaz, de ser feliz..." Já disse Almir Sater.

Cada ser é responsável por suas próprias venturas e desventuras. Não somos responsáveis pela felicidade, saúde, vontade e sonhos de ninguém...

Acredito sim que desde pequenos, criamos no hoje o nosso amanhã.
Já nascemos com personalidade formada, que vai ser ajustada por nossos educadores, se assim o permitirmos, é claro.
Mas já chegamos cheios de vontades, manhas e manias...
Observe os bebês, uns gostam de chupeta outros não, uns gostam de serem embalados, outros preferem o sossego de sua caminha.
Uns tem manias para dormir, outros dificuldades... Uns choram mais, outros menos...
São indivíduos, de personalidades únicas, assim como sua aparência e digitais são únicas.


Mas infelizmente, faz parte da nossa cultura este sentimento de culpa.
Me lembro  quando os meus filhos eram pequenos, aproximava-se uma tempestade e houve um trovão muito forte,  todos nos assustamos e eu disse sem pensar:
- Papai do Céu esta bravo!
E meu filho logo disse:
_ Eu não fiz nada!
_ Claro que não...

Mas é incrível como ele imediatamente já ia se sentindo culpado por um trovão tão forte. Que dó!

Então amigas a culpa não é sempre nossa.
Vamos ser mais generosas e deixar um pouco de culpa para os outros...
Ou pelo menos que cada um fique com a sua, já está de bom tamanho...

Depois, nem tudo tem necessariamente um culpado, a vida tem seus trâmites e é preciso que as coisas aconteçam numa certa ordem.


O mundo gira, um dia faz sol, noutro chove... Cada dia é um dia e ninguém tem culpa disso.
Que bom!

Um grande abraço
Vania





terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Quando a raiva é real

É interessante como alguns assuntos às vezes ficam nos rodeando.

Acontece com você, depois uma notícia na TV, ai assistindo a novela o assunto se repete e de novo com uma amiga muito próxima...

O que tem me rodeado ultimamente é a raiva.
Mas não é aquela raiva que se sente quando algo dá errado...
Ou aquele dia que o tempo está super contado e o trânsito tá parado...
Aquele dia em que a faxineira te dá o bolo e você tinha deixado a louça do jantar do dia anterior pra ela lavar...

Quando você esta super atrasada e chega no estacionamento e o pneu do carro está furado...
Aquele dia que um filho mal humorado te dá uma má resposta e você tem vontade de chorar...
Um balconista que te trada mal...

Tem muitas coisas que nos deixam com raiva, mesmo porque nós somos muito intolerantes e estamos sempre reclamando e nos irritando com as pessoas e as vezes ate com as coisas.

Mas tem um outro tipo de raiva que é a que eu tenho visto nos últimos dias, é uma raiva com motivo real, uma raiva que vem junto com a dor da decepção, da traição, da ofensa, da humilhação, da vergonha, da desonra, do desrespeito.
E tudo isso, junto com uma dor, uma dor que a gente não consegue explicar.



Esta raiva, ela existe, ela é real. Se você não a conhece, não queira conhece-la.

Tira a gente do chão, te joga num buraco fundo, te sacode e te arremessa pro alto para de novo te deixar  espatifar no chão frio e duro do incompreendido.
E a gente fica sem entender por um longo tempo o porque de tudo, se sentindo mal, pequena,  impotente, magoada, ofendida, ferida, injustiçada, humilhada...


Eu sei que só vai entender quem já passou por esta raiva, porque ela realmente está fora da nossa capacidade de entendimento.
É um sentimento desconhecido, inadmissível e indigerível.

E então quando ele acontece, a gente acaba por entender que nada, nada pode ser feito...

Então o negócio é entregar-se nas mãos do senhor tempo e deixar que ele faça o seu trabalho no devido tempo.
E aí sim podermos olhar a situação de um outro ângulo e ver qual a lição a ser aprendida...
Mas que dói, dói!

Um grande abraço
Vania