quarta-feira, 21 de novembro de 2012

falando da morte




Fazem 15 anos que minha mãe se mudou para o céu.
Que ela esteja nos braços do Senhor Nosso Pai.

                               



Engraçado que tenho pensado muito sobre a morte.Mas não sobre o morrer, sobre a morte do outro, quando um ente querido se vai e nos deixa no abandono.

É estranho como mesmo com muita fé em Deus, com a religião que escolhemos, com a consciência que temos de que a morte não é o fim, ainda sofremos tanto quando "perdemos" um ente querido.
Um pouco desta dor, atribuo ao nosso egoísmo e ao medo da solidão. Quem não tem?

"A morte não é o fim de tudo.
Ela não é senão o fim de uma coisa e o começo de outra
."(Vitor Hugo)


Mas ultimamente, tenho me pego pensando naquele momento da despedida, onde na verdade a alma já partiu e resta ali um corpo sem vida.
É um momento tão sombrio, fúnebre mesmo...
Não sei porque, mas acho que com tanta evolução, nós continuamos vivenciando este momento da mesma forma e com o mesmo sentimento de dor, de separação, de solidão, de saudade...

Há sim a separação, vai haver a saudade...
Mas vamos todos nos reencontrar um dia, a separação é passageira. 
Então o adeus passa a ser um até breve.
                                                                   
"As almas passam de uma esfera para a outra, tornando-se cada vez mais luz, aproximando-se cada vez mais de Deus.
O ponto de reunião é o infinito." ( Vitor Hugo)
                                                                                         
Mas continuo incomodada.
Acho que na verdade o que mais nos incomoda, é que naquele momento, da despedida, olhamos para aquele ser querido, e vemos somente um corpo sem vida e então não sabemos exatamente onde ele está, ou o que esta fazendo, para onde vai, como está se sentindo... 
Perdemos a referência de quem amamos...

Talvez seja isto que nos dá tanta angústia, tanto desamparo, tanta insegurança...
Perdemos o controle da situação. Essa é na verdade nossa maior dificuldade.

Perder o controle sobre tudo e sobre todos como se tivéssemos tido em algum momento. Pura ilusão.

Acho que é nesta hora que percebemos quão pequenos e impotentes somos nesta vida.
A hora da verdade nua e crua, sem dó nem piedade, sem explicações, sem pedir licença, sem elegância, sem pudor, do jeito que tem que ser...
Quando sempre  ficamos com o olhar pasmo, perdido, perplexo...


Neste momento perdemos a compreensão, esquecemos os conhecimentos adquiridos, os ensinamentos recebidos, simplesmente ficamos sem chão. E quase sempre em desespero.

Me perdoem, estar falando de um assunto tão doloroso, mas é por ser doloroso que me atrevo a falar dele, para que possamos raciocinar melhor, nos prepararmos melhor, com entendimento, com equilíbrio com a compreensão natural daquele que sabe o significado da vida e da morte.

Para que possamos, quem sabe um dia, nos despedirmos daquele que parte com a serenidade dos que sabem que é apenas um até breve, que num futuro próximo estaremos todos juntos novamente na casa do "Pai" 



Uma boa reflexão para todos.
Um grande abraço
Vania




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